
Com mais de meio século de história no setor dos têxteis-lar, a Lumatex é hoje um exemplo de como a tradição pode ser continuamente reinventada. A empresa, sediada em Guimarães, alia técnicas ancestrais de tecelagem à inovação no design e à aposta em materiais sustentáveis, mantendo-se na linha da frente do setor.
Em conversa com o Guimarães Marca, António Leite, administrador da Lumatex, fala sobre a evolução da marca, os produtos em destaque e os desafios que marcam o futuro, com especial foco na internacionalização e na versatilidade das suas coleções.
A Lumatex conta com mais de 50 anos de experiência no setor dos têxteis-lar. Como é que essa herança influencia o posicionamento atual da marca no mercado?
Estes 50 anos permitem todo um capital de saber adquirido em técnicas tradicionais de tecelagem, algumas até já um pouco caídas no esquecimento em que vamos reinventando e repescando, digamos assim, antigas técnicas e dando um glamour mais moderno. No fundo, todos estes anos de experiência permitem que haja um conhecimento muito profundo, quer técnicos, das antigas técnicas de tecelagem, que podem ser convertidas para criar produtos mais atuais.
Sabemos que a Lumatex aposta fortemente em colchas jacquard. O que distingue estas peças e como procuram inovar dentro desta tipologia de produto?
Digamos que as colchas jacquard são o nosso produto core, embora, nestes últimos anos, fizemos uma grande aposta na diversificação, porque acho que nenhuma empresa deve viver de monoproduto. Portanto, neste momento, fazemos bastantes cobertores, mantas decorativas, almofadas decorativas, sacos-cama, roupa de mesa, etc. Atualmente, fazemos um bocadinho de tudo, menos os felpos. Seja produtos de quarto e mesa, fazemos tudo até porque utilizamos os mesmos teares.
Que tipo de processos ou certificações garantem o padrão de qualidade da Lumatex?
A Lumatex tem a certificação OEKO-TEX, somos certificados GOTS, de algodão orgânico, temos a certificação também de produtos regenerados e temos feito uma aposta muito forte em fibras naturais. Nas coleções, estamos a utilizar lã, linho e também alguns produtos de materiais reciclados, que, no fundo, é fazer do desperdício, algo ainda reutilizável.
Quais são os produtos que estiveram em destaque na Pop Up Store?
Na Pop Up Store, estiveram em exposição produtos de cama, de mesa, mantas, exemplo de tudo o que nós fazemos. Embora, precisássemos de um espaço dez vezes maior para mostrarmos a nossa coleção inteira.
Que tipo de produtos, os clientes procuram hoje?
Cada vez mais, os clientes procuram mantas decorativas, às vezes, com tamanhos até maiores. O cliente, hoje em dia, o que quer é uma coisa que seja o mais multifuncional possível, porque uma manta maior dá para cobrir o sofá, dá para cobrir a cama, dá para se o cliente quiser, fazer um piquenique e levar a manta. No fundo, procuram coisas que tenham o máximo de utilidade possível, já não procuram aquela colcha tradicional para estar apenas na cama. O desafio é tornar uma colcha de cama ao mesmo tempo multifuncional.
Quais são os principais objetivos da Lumatex para os próximos meses, seja em termos de design, internacionalização ou presença em eventos?
É uma continua participação em feiras internacionais. Até ao fim deste ano, ainda vamos participar na feira em Nova Iorque, que é um dos nossos grandes mercados. Estamos também já a preparar a Heimtextil, que acontece em janeiro. E, pelo meio, logicamente, toda a equipa comercial está a viajar por diferentes mercados.