A Sampedro, empresa centenária e membro da comunidade Guimarães Marca, encerrou 2024 com um balanço positivo, alcançando o segundo melhor ano da sua história, com um volume de negócios de 23 milhões de euros.
Diogo Gomes, administrador da Sampedro, afirma, em declarações ao Jornal T, que, apesar de uma leve quebra em 2023, a empresa conseguiu recuperar os níveis de desempenho alcançados durante a pandemia: “Tínhamos tido um crescimento estável ao longo dos anos, sendo que nos anos de pandemia o crescimento foi mais relevante”. “Conseguimos crescer e agora estamos a tentar manter esse crescimento”, sublinha o administrador.
A Sampedro, conhecida pela sua vasta gama de produtos em roupa de cama, mesa e banho, continua a apostar em inovações no seu portfólio. Para além do tradicional algodão e linho, a empresa incorporou novas matérias-primas como bambu, cânhamo e recentemente, flanela 100% Tencel.“Tentamos sempre apresentar algumas coisas novas”, destaca Diogo Gomes.
A sustentabilidade é um dos pilares da empresa, que tem investido fortemente na eficiência energética e na redução da pegada carbónica. Este ano, a Sampedro está a terminar um investimento de 3 milhões de euros, ao abrigo do PRR, com foco na descarbonização. Entre as medidas implementadas, destaca-se a instalação de uma caldeira de biomassa, que reduziu o consumo de gás natural e sistemas de reaproveitamento de calor, permitindo uma diminuição da pegada carbónica em 65%.
Com mais de 180 colaboradores, a Sampedro tem um forte compromisso com o ambiente, mas também com a diversificação dos seus mercados. O principal mercado da empresa são os Estados Unidos, porém, a marca vende, atualmente, para 34 países, incluindo Canadá, Austrália e Nova Zelândia. “É uma maneira de diversificarmos o risco, não só das políticas económicas e monetárias de cada país. Tendo alguns clientes em cada país, conseguimos diminuir esse risco”, explica o administrador.
A Sampedro olha para o futuro com otimismo, mesmo face a desafios como as tarifas adicionais nos EUA. Diogo Gomes vê com bons olhos as oportunidades criadas por acordos como o Mercosul, que podem abrir novas portas para o mercado português. “Seria um mercado muito bom e muito grande que se abriria para Portugal e onde a barreira linguística estava ultrapassada”, salienta, embora reconheça as dificuldades no Brasil devido às elevadas taxas.
Em relação às previsões para 2025, a Sampedro aposta num crescimento sustentado entre 3% e 5%, com foco na qualidade e no valor acrescentado. “Nunca almejámos ser os maiores. Os melhores? Talvez”, conclui Diogo Gomes, numa entrevista ao Jornal T.