Domingos de Sousa reforça investimentos

A Domingos de Sousa, empresa da comunidade Guimarães Marca, esteve em destaque na revista Portugal Têxtil.

A somar à atualização contínua do parque de máquinas, a empresa especialista em felpos está a instalar uma central de biomassa. Numa altura em que a sustentabilidade tem um papel principal ao nível dos produtos, a Domingos de Sousa está igualmente a apostar na hotelaria, que tem vindo a crescer, e a apontar baterias aos EUA.

A caldeira de biomassa, que representa um investimento superior a 800 mil euros, «está quase pronta a arrancar», revela Fátima Sousa, administradora da empresa. O equipamento vai permitir uma redução dos custos com a energia. «Já temos um contrato assinado em que temos a garantia do custo durante bastante tempo. Foi isso que nos incentivou a avançar com o investimento», acrescenta.

Fátima Sousa. Fotografia: Jornal Têxtil

Este investimento vem juntar-se ao que anualmente a empresa faz para manter o parque de máquinas atualizado. «A Domingos de Sousa pauta-se por isso mesmo. Todos os anos fazemos grandes investimentos em tudo o que é tinturaria, máquinas mais modernas, com poupança de energia, poupança de água, poupança de tempo. Os teares são sempre os mais atuais possível, portanto, a partir de, no máximo, dez anos, trocamos os teares para serem mais rentáveis. A vantagem que a Domingos de Sousa tem é investir todos os anos em maquinaria atualizada», sublinha Fátima Sousa.

Esta busca constante pela atualização reflete-se também ao nível do produto, com a utilização de fibras mais amigas do ambiente. «É sempre uma preocupação nossa o desenho, a qualidade, as cores e, agora, novas fibras mais sustentáveis», assume a administradora da empresa, que tem no seu portefólio fibras orgânicas e recicladas. «Temos estado nessa busca», ainda que «toda a gente fale nisso, mas depois, na hora de comprar, as coisas mudem um pouco», observa Fátima Sousa.

Hotelaria em crescimento

Apesar da «crise de que se fala», 2023 está, segundo a administradora, «a correr bastante bem», graças, em parte, ao negócio da hotelaria. «Temos vindo a aumentar ao ponto de ter de subcontratar. Está a correr bastante bem. Vamos ver se se mantém até ao fim do ano», afirma. «Está a apoiar a empresa, porque, de resto, ao nível de consumo doméstico, baixou bastante», assume Fátima Sousa, dando conta de uma diminuição generalizada das compras. «Fora da hotelaria, o nosso maior mercado é a Alemanha e sentimos uma quebra. Estamos agora a sentir mexer e penso que vai começar a subir de novo», exemplifica.

O ano passado foi um ano preenchido em termos de trabalho, com a Domingos de Sousa a registar um volume de negócios à volta dos 24 milhões de euros, mas, ressalva a administradora, «com poucos resultados», devido ao aumento dos custos com os stocks e com a energia. «As margens foram muito baixas», indica.

Com as preocupações atuais divididas entre bem-estar dos seus cerca de 250 trabalhadores e a incerteza e insegurança que persiste no mercado, Fátima Sousa garante que a empresa está focada em «ter a melhor qualidade e aproveitar todas as oportunidades».

 

A internacionalização continua a estar nas prioridades da Domingos de Sousa, que este ano marcou presença na Heimtextil e na Guimarães Home Fashion Week e está agora a ponderar avançar para uma presença conjunta, com outros portugueses, na Market Week, nos EUA. «Já trabalhamos com os EUA, mas em pequena escala. No passado, trabalhámos bastante. Entretanto, o cliente com quem trabalhávamos passou para a Turquia e ficámos só com dois clientes muito pequeninos. Queríamos, de facto, alargar», justifica Fátima Sousa. «Se conseguirmos um grande cliente lá dá-nos mais garantia e muito mais segurança», conclui a administradora.

 

In: Jornal Têxtil